Tratamento para Alcoolismo
O que é o alcoolismo ?
O alcoolismo é um conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo de álcool, que afeta o indivíduo e a família como um todo, causando o adoecimento psicológico, emocional e espiritual, e desagregação no sistema familiar. Os prejuízos mais frequentes causadas pelo álcool são: cirrose hepática, transtornos mentais, pancreatite e câncer, bem como acidentes no trânsito, violência, conflitos familiares e prejuízos no trabalho.
A dependência de álcool é uma doença crônica, recorrente, que se não for tratada pode ser fatal.
Quem pode ser considerado alcoolista ?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde os elementos para o diagnóstico de alcoolismo são:
1) Estreitamento do repertório
No início, o usuário bebe com flexibilidade de horários, de quantidade e até de tipo de bebida. Com o tempo, passa a beber com mais frequência, até consumir todos os dias, em quantidades crescentes, ampliando a frequência e deixando de importar-se com a inadequação das situações.
Nos estágios avançados, o indivíduo consome de modo compulsivo e incontrolável para aliviar os sintomas da abstinência, sem importar-se com os danos orgânicos, sociais ou psicológicos. Sua relação com a bebida torna-se rígida e inflexível, no padrão de tudo ou nada.
2) Prioridade do comportamento de busca do álcool
Com o estreitamento do repertório do beber, há uma tentativa do indivíduo de priorizar o ato de beber, mesmo em situações inaceitáveis (por exemplo, dirigindo veículos, no trabalho). Em outras palavras, o beber passa a ser o centro da vida do usuário, acima de qualquer outro valor, saúde, família e trabalho. O paciente perde o controle, uma vez que começa, não consegue parar de beber
3) Aumento da tolerância ao álcool
Com a evolução da dependência, há necessidade de doses crescentes de álcool para obter o mesmo efeito conseguido com doses menores.
4) Sintomas repetidos de abstinência
Quando há diminuição ou interrupção do consumo de álcool, surgem sinais e sintomas de intensidade variável. No início, eles são leves e pouco incapacitantes mas, nas fases mais severas da dependência, podem manifestar-se os sintomas mais significativos, como tremor intenso, alucinações, náuseas, vômitos, sudorese, cefaléia, cãibras, tontura, irritabilidade, ansiedade, fraqueza, inquietação, depressão.
5) Alívio ou evitação dos sintomas de abstinência pelo aumento da ingestão da bebida
Este é um sintoma importante do alcoolismo. Torna-se mais evidente na progressão do quadro, com o paciente admitindo que bebe pela manhã para sentir-se melhor, uma vez que permaneceu por toda noite sem ingerir derivados etílicos.
6) Percepção subjetiva da necessidade de beber
Há uma pressão psicológica para beber e aliviar os sintomas da abstinência.
7) Reinstalação após a abstinência
Mesmo depois de períodos longos de abstinência, se o paciente tiver uma recaída, rapidamente restabelecerá o padrão antigo de dependência.
Para os pacientes que possuem diagnóstico de alcoolismo, o encaminhamento para o nosso serviço de internação especializado deve ser recomendado.
Sobre o tratamento do alcoolismo
Na avaliação inicial do paciente que chega à clínica de Recuperação Fiori alcoolizado ou em abstinência de álcool, é oferecida atenção prioritária à condições clínicas emergenciais que possam estar colocando a vida do indivíduo em risco. Posteriormente segue-se a estabilização clínica do paciente com hidratação e reposição de vitaminas. O uso de medicações para controle do desejo e urgência (fissura) pelo álcool é um recurso muito importante no tratamento.
Para complementar a avaliação inicial é necessário que se realize alguns exames laboratoriais e a definição de um plano de tratamento personalizado.
A educação em saúde é fundamental para assegurar não só o entendimento do paciente, como também de sua família, sobre os problemas relacionados ao uso crônico de álcool. É essencial trabalhar os conceitos de síndrome de dependência e abstinência alcoólica, com objetivo claro de desenvolver a crítica sobre seu papel nesse transtorno, como também promover sua mudança de pensamento e comportamento. Trabalhar a autoestima e a importância da desintoxicação, assim como a prevenção da recaída, são estratégias a serem adotadas não só com o paciente, como também com seu sistema familiar e social.
O álcool e as drogas afetam o funcionamento do cérebro, mudando a atividade mental do usuário, nestes casos, caso o paciente recuse a internação, a família deve intervir visando os cuidados do paciente através da internação involuntária.